1. Qual é o seu nome e o cargo que desempenha/desempenhou na Associação?
R: O meu nome é Marco Silva, Macky
para os amigos – Presidente da Associação Skibosurf Clube do Mindelo.
2. Como surgiu a Associação Skibosurf?
R: É uma Associação que surgiu de uma
iniciativa para promover os desportos náuticos e radicais nomeadamente o Surf,
Skimming e Bodyboard. Portanto, o nome Skibosurf provém das iniciais de
Skimming, Bodyboard e Surf. Surgimos na década de 90, em 1992 na praia da
laginha por iniciativa de um grupo de amigos que praticavam estes desportos. No
início eram mais ou menos 12 elementos (rapazes) que queriam ter outra opção
desportiva e a Associação parecia uma brincadeira, mas com o tempo passou a
mostrar que dada a potencialidade do desporto em Cabo Verde e São Vicente,
começou a ganhar alguma dimensão e notoriedade. A Associação teve alguns
momentos marcantes como a participação no World
Surf Games (1996) e em uma etapa do campeonato Europeu de Bodyboard
realizado fora da Europa, na praia de Sandy
Beach (S. Vicente) e a participação de atletas da Associação (Jason Mascarenhas)
em campeonatos da África.
3. Como funciona a Associação?
R: Somos uma pequena Associação com
uma dinâmica própria e com um pequeno número de sócios, portanto a nossa
sustentabilidade passa por uma estratégia que não absorve muito custo para sua
manutenção. Neste momento funcionámos mais na base virtual através de e-mails,
redes sociais, sites, etc. Temos tido uma boa aderência do público nos nossos
eventos embora o orçamento é muito limitado. Se não fosse a base do
voluntariado não tínhamos alcançado alguns objectivos que almejámos (risos…).
4. Qual foi a sua motivação para
entrar na Associação?
R: A minha vontade para entrar na
Associação foi porque em 1997 comecei a praticar o bodyboard e isso influenciou
muito na minha maneira de ser e na minha opção desportiva. Assim diversifiquei
e acabei por tentar outro desporto que não fosse o futebol ou o basquetebol.
Éramos um grupo de amigos e era uma forma de confraternização também. Outro
factor que motivou-me a entrar na Associação foi o facto de ter estudado no
Brasil e numa cidade que toda a economia gira em volta dos desportos náuticos.
É um mercado que tem muito que explorar e crescer em Cabo Verde. Achei que
podia dar o meu contributo e passar alguma experiência que eu tenho nessa área.
Surfar para mim é como uma terapia para o stress, é bom estar no mar com os
amigos e é como estar em outra dimensão (risos…). Para mim, surfar é muito mais
que um desporto, é um estilo de vida. Quase todos os surfistas tem uma forma
semelhante de vestir, pontos comuns no pensar, o espírito de preservação do
ambiente, de solidariedade, de voluntariado e simplicidade.
5. Quais são os projectos futuros da
Associação?
R: O nosso grande projecto é o Open Sandy mas para além desse
campeonato nacional, temos que realizar outras provas a nível regional e entrar
em áreas que acredito que vai ser o grande desafio para a nova direcção da
Associação. Outro desafio para o grupo é conseguir em espaço para uma Sede
Social, sendo nós a única Associação de desportos náuticos existente em S.
Vicente e a de referência em C. Verde. Pretendemos também proporcionar
formações aos surfistas em vários ramos ligados aos desportos náuticos. Dessa
forma poderá desenvolver o desporto e combater o desemprego através de um
comércio em torno dessa área. Acho que a Associação poderá ter um papel
essencial desde que haja apoio da parte do governo para este ramo do desporto.
Temos tido um papel preponderante no sentido de reforçar uma política de
desportos náuticos em C. Verde. Ainda não existe porque os desportos náuticos
ficam atrelados ao turismo, embora têm um papel importante no turismo mas
precisa ser dado mais valor. Temos um campeão mundial de desportos náuticos
em C. Verde e é algo que precisa ser dado mais atenção e apoio por parte
institucional e governamental. Desempenhámos um papel de “pressão” para
haver uma política de desportos náuticos em C. Verde porque têm dado mais
resultados do que qualquer outro desporto em C. Verde. Resultados sociais,
económicos e de credibilidade e essa é uma das estratégias da Associação.
Outra ideia é desenvolver cada vez mais o campeonato Open Sandy, não para torná-lo um evento internacional (exportá-lo),
mas sim um grande evento nacional com suas características próprias.
- Muito obrigado pela
entrevista Sr. Marco.
- De nada e obrigado pela
oportunidade!
Produzido por: Absalão Gertrudes.