quinta-feira, 26 de julho de 2012

Marco Silva em entrevista sobre a Associação Skibosurf Clube do Mindelo

Em 19 Junho 2012

1.     Qual é o seu nome e o cargo que desempenha/desempenhou na Associação?

R: O meu nome é Marco Silva, Macky para os amigos – Presidente da Associação Skibosurf Clube do Mindelo.



2.     Como surgiu a Associação Skibosurf?

R: É uma Associação que surgiu de uma iniciativa para promover os desportos náuticos e radicais nomeadamente o Surf, Skimming e Bodyboard. Portanto, o nome Skibosurf provém das iniciais de Skimming, Bodyboard e Surf. Surgimos na década de 90, em 1992 na praia da laginha por iniciativa de um grupo de amigos que praticavam estes desportos. No início eram mais ou menos 12 elementos (rapazes) que queriam ter outra opção desportiva e a Associação parecia uma brincadeira, mas com o tempo passou a mostrar que dada a potencialidade do desporto em Cabo Verde e São Vicente, começou a ganhar alguma dimensão e notoriedade. A Associação teve alguns momentos marcantes como a participação no World Surf Games (1996) e em uma etapa do campeonato Europeu de Bodyboard realizado fora da Europa, na praia de Sandy Beach (S. Vicente) e a participação de atletas da Associação (Jason Mascarenhas) em campeonatos da África.



3.     Como funciona a Associação?

R: Somos uma pequena Associação com uma dinâmica própria e com um pequeno número de sócios, portanto a nossa sustentabilidade passa por uma estratégia que não absorve muito custo para sua manutenção. Neste momento funcionámos mais na base virtual através de e-mails, redes sociais, sites, etc. Temos tido uma boa aderência do público nos nossos eventos embora o orçamento é muito limitado. Se não fosse a base do voluntariado não tínhamos alcançado alguns objectivos que almejámos (risos…).



4.     Qual foi a sua motivação para entrar na Associação?

R: A minha vontade para entrar na Associação foi porque em 1997 comecei a praticar o bodyboard e isso influenciou muito na minha maneira de ser e na minha opção desportiva. Assim diversifiquei e acabei por tentar outro desporto que não fosse o futebol ou o basquetebol. Éramos um grupo de amigos e era uma forma de confraternização também. Outro factor que motivou-me a entrar na Associação foi o facto de ter estudado no Brasil e numa cidade que toda a economia gira em volta dos desportos náuticos. É um mercado que tem muito que explorar e crescer em Cabo Verde. Achei que podia dar o meu contributo e passar alguma experiência que eu tenho nessa área. Surfar para mim é como uma terapia para o stress, é bom estar no mar com os amigos e é como estar em outra dimensão (risos…). Para mim, surfar é muito mais que um desporto, é um estilo de vida. Quase todos os surfistas tem uma forma semelhante de vestir, pontos comuns no pensar, o espírito de preservação do ambiente, de solidariedade, de voluntariado e simplicidade.



5.     Quais são os projectos futuros da Associação?

R: O nosso grande projecto é o Open Sandy mas para além desse campeonato nacional, temos que realizar outras provas a nível regional e entrar em áreas que acredito que vai ser o grande desafio para a nova direcção da Associação. Outro desafio para o grupo é conseguir em espaço para uma Sede Social, sendo nós a única Associação de desportos náuticos existente em S. Vicente e a de referência em C. Verde. Pretendemos também proporcionar formações aos surfistas em vários ramos ligados aos desportos náuticos. Dessa forma poderá desenvolver o desporto e combater o desemprego através de um comércio em torno dessa área. Acho que a Associação poderá ter um papel essencial desde que haja apoio da parte do governo para este ramo do desporto. Temos tido um papel preponderante no sentido de reforçar uma política de desportos náuticos em C. Verde. Ainda não existe porque os desportos náuticos ficam atrelados ao turismo, embora têm um papel importante no turismo mas precisa ser dado mais valor. Temos um campeão mundial de desportos náuticos em C. Verde e é algo que precisa ser dado mais atenção e apoio por parte institucional e governamental. Desempenhámos um papel de “pressão” para haver uma política de desportos náuticos em C. Verde porque têm dado mais resultados do que qualquer outro desporto em C. Verde. Resultados sociais, económicos e de credibilidade e essa é uma das estratégias da Associação. Outra ideia é desenvolver cada vez mais o campeonato Open Sandy, não para torná-lo um evento internacional (exportá-lo), mas sim um grande evento nacional com suas características próprias.



- Muito obrigado pela entrevista Sr. Marco.

- De nada e obrigado pela oportunidade!               



Produzido por: Absalão Gertrudes.

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